domingo, setembro 24, 2006

Ao encontro das nossas reflexões sobre o Pai Nosso...

Os discípulos pediram com toda a simplicidade a Jesus: “Senhor, ensina-nos a rezar”(Lucas 11, 1-4). Dos Seus próprios lábios aprenderam o Pai Nosso. Há nestas petições “uma simplicidade tal que até uma criança as aprende e, ao mesmo tempo, uma profundidade tão grande, que se pode consumir a vida inteira a meditar no sentido de cada uma delas” (João Paulo II). A primeira palavra que pronunciamos, por expressa indicação do senhor é Pai. O próprio Deus que transcende toda a criação está muito próximo de nós, é um Pai extremamente ligado à existência dos seus filhos, débeis e com frequência ingratos, mas que quer ter com Ele por toda a eternidade. Nascemos para o Céu. “Quando chamamos a Deus por Pai nosso temos que nos lembrar que devemos comportar-nos como filhos de Deus” (S. Cipriano).

Cada vez que acorremos ao nosso Pai, Ele diz-nos: “Meu filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu” (Lucas 15,31). Nenhuma das nossas tristezas, das nossas necessidades, Lhe é indiferente. Se tropeçamos, Ele está atento para nos segurar e nos levantar. Jesus ensinou-nos a lidar com o nosso Pai Deus: essa conversa filial deve ser pessoal, no segredo da casa (Mateus 6, 5-6); discreta (Mateus 6, 7-8); humilde, como a do publicano (Lucas 11, 5-8; 18, 1-8); deve estar penetrada de confiança na bondade divina (Marcos 11,23), pois é um Pai conhecedor das necessidades dos seus filhos e dá-nos não só os bens da alma como também o necessário para a vida material (Mateus 7, 7-11). Meu Pai..., ensina-nos e ensina-me a tratar-te com filial confiança.

Temos direito a chamar Pai a Deus se tratamos os outros como irmãos, especialmente aqueles a quem nos unem laços mais estreitos, com aqueles com que mais nos relacionamos, com os mais necessitados..., com todos. “Não podeis chamar Pai nosso ao Deus de toda a bondade – salienta S. João Crisóstomo -, se conservais um coração duro e pouco humano, pois, em tal caso, já não tendes em vós a marca da bondade do Pai celestial” (homilia sobre a porta estreita). A oração do cristão, ainda que sendo pessoal, nunca é isolada. Dizemos Pai Nosso, e imediatamente esta invocação cresce e se amplifica na Comunhão dos Santos. Peçamos à nossa Mãe que nos alargue o coração para que nele caibam todos os nossos irmãos.