Reunião de Maio de 2006 - "Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal"
No passado domingo, dia 14 de Maio, tivemos mais uma reunião desta vez sobre a última petição do Pai-Nosso: Não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal". Desta vez a reunião foi orientada pela Dr.ª Cristina (com a qual alguns membros do grupo tiveram contacto mais directo no ano passado por causa do jantar organizado pela paróquia para angariar fundos para a construção na nova igreja de Miraflores). A Reunião foi excelente, só tenho pena de não a poder reproduzir aqui para todos os que não puderam estar presentes.
A reunião começou com uma tentativa de definição do conceito de mal e tentação. Assim vimos que o "mal" só pode ser definido por oposição ao "bem". Deste modo o "mal" não existe por causa de Deus, mas Deus serve como ponto de referência para o "mal", por oposição.
Do mesmo modo vimos que "tentação" é uma indução para o mal ou um desejo intenso de algo geralmente considerado censurável.
Mais genericamente uma tentação pode ser definida como o confronto entre as “necessidades” humanas e Deus.
“Não há actos gratuitos.” Para todas as nossas acções, quer seja de uma forma consciente ou inconsciente, há sempre algo que nos leva a agir: uma motivação.
Falando de Motivações, a Dr.ª Cristina falou-nos de um autor, Maslow, que construiu uma pirâmide das nossas motivações, baseadas nas nossas necessidades. Assim, como base da pirâmide temos as necessidades de sobrevivência (comer, dormir, etc.) (as tentações de Cristo foram baseadas nestas necessidades), em seguida as necessidades de segurança, as necessidades de relações sociais e finalmente as necessidades de auto-estima. Mas, para contrariar a teoria de Maslow, a existência destas motivações não implica que as nossas necessidades sejam satisfeitas sempre, mesmo por opção. Assim surge o conceito de metamotivação que é a capacidade que temos de, para além das necessidades essenciais, dar a volta às nossas motivações. Quantas vezes uma mãe não passa a noite sem dormir para poder dar conforto aos seus filhos doentes ou pura e simplesmente com pesadelos. Reflectimos sobre o exemplo da Madre Teresa de Calcutá, que optou por ir viver junto de comunidades pobres (paupérrimas). Ela escolheu estar ali, em locais com falta de higiene, onde por vezes teria de passar fome, com noites certamente mal dormidas, apenas por ma questão de espírito de serviço. Sobre a Madre Teresa de Calcutá, a Dr.ª Cristina contou-nos uma história muito interessante: um dia foi entrevistada por um jornalista, que ao verificar pessoalmente as condições em que vivia a Madre comentou com ela que não seria capaz de viver assim, ao que ela respondeu: “Nem eu, sozinha, mas a verdade é que Deus está comigo.”
Assim, em vez da pirâmide de necessidades essenciais de Maslow, fomos apresentados a um triângulo com a Inteligência, a Afectividade e a Vontade em cada um dos vértices. Quando somos crianças é natural que demos mais importância à vontade, mas à medida que vamos crescendo é expectável que demos mais importância à inteligência. No entanto sabemos que por vezes agimos usando primeiro a afectividade, quando tomamos atitudes irreflectidas e por vezes nos deixamos cair em tentação.
A questão da motivação também nos leva a reflectir sobre o conceito de Fé. A Fé não é uma crença, a Fé é uma forma de como somos capazes de nos entregar, abandonar a Deus. “Deus está tão dentro de nós, que só cá dentro é que o podemos encontrar.”
Precisamos de acreditar que quando Deus nos deixa cair em tentação é com o objectivo de nos fazer aprender a conhecer quais os nossos aspectos positivos e negativos, reflectir sobre as nossas necessidades, de modo a que possamos encontrar plataformas de ida mais equilibradas.
Acima de tudo esta última petição do Pai Nosso chama-nos a atenção para a nossa necessidade da misericórdia de Deus.
O Desafio lançado nesta reunião foi Enchermos o dia de “Pais-Nossos”
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